2004-10-25

Teologia da Libertação

As iluminações de Natal estão quase prontas e vão ser, mais uma vez, um fascínio, sobretudo, para as crianças. Numa volta pela Baixa de Lisboa, fiquei pensativo. Afinal, só no dia 28 de Novembro é que começa o Advento... e faltam ainda dois meses para o Natal.
Entrei na Livraria dos Paulistas, para ver as novidades. Tudo cheio de CDs, de livros e de postais de Natal, até nas montras. Perguntei se não teriam uns postais de Advento. Que não. Também me interessei por música, cânticos de Advento. Muito pouco, quase nada, uns CDs com cânticos gregorianos e uma cassete com cânticos da Senhora.

Em breve, durante o tempo do Advento, como numa liturgia, nas diversas paróquias, lá virão as homilias rituais a criticar o consumismo. Mas, essas mesmas paróquias estarão, ao mesmo tempo, tempo de Advento, a organizar festas de Natal, a distribuir presentes “profanos” às crianças e idosos, a fazer “vendas de natal”...

Será que as comunidades cristãs já cederam definitivamente ao consumismo e, pior que isso, pensam que ser pobre e morrer de fome é apenas uma fatalidade? Mas, em cada pessoa que, no mundo, morre de fome é Cristo que volta a morrer (“tive fome e deste-me de comer”)...

E nós, os vicentinos?
A chamada “teologia da libertação”, bem amada do vicentino Hélder da Câmara, propõe alternativas à ordem económica selvagem que domina o nosso mundo. Sei que houve um ou outro desvio desta teologia, mas também houve muitíssimos desvios da teologia tradicional, condenados por Papas e Concílios.

Se me fosse permitido, sugeria que, por exemplo, os nossos estudantes de teologia e os nossos noviços, se interessassem mais, muito mais, pela Doutrina Social da Igreja e pela Teologia da Libertação. É que a caridade só será autêntica se unida à justiça...

Vicente

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