2005-03-09

Um Amor à cruz...

Eu me abandono, ó Deus, nas tuas mãos
Modela este barro, como faz o oleiro.
Dá-lhe forma, e depois, se quiseres,
esmigalha-a como foi esmigalhada a vida de João, meu irmão.
Ordena o que queres que eu faça
e o que queres que não faça.
Elogiado e humilhado, perseguido,
incompreendido e caluniado,
consolado, magoado, inútil para tudo,
só me resta dizer, a exemplo de Tua Mãe:
“Faça-se em mim segundo a Tua palavra”.

Dá-me o amor por excelência,
o amor à Cruz.
Não às cruzes heróicas,
que poderiam despertar em mim o amor próprio, a vã glória;
mas o amor às cruzes de cada dia
que se encontram na contradição,
no esquecimento, no fracasso, nos juízos errados e na indiferença,
na rejeição e no menosprezo dos outros,
no mal-estar e na doença,
nas limitações intelectuais,
e na secura, no silêncio do coração.

Só então Tu saberás que Te amo.
E isso me basta.

(Robert Kennedy)

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