2005-03-13

«Lázaro, vem para fora».

Quantas vezes seria necessário libertar o Lázaro que mora em nós?

Todos nós guardamos nos arquivos da nossa memória experiências traumatizantes: mal-entendidos, apreciações injustas, sinais de desprezo por parte de outros, etc... Porque esses traumas nos fazem sofrer, evitamos a convivência com as pessoas que estão associadas a esses momentos. Com o decorrer dos anos, vai aumentado a lista daqueles com os quais nada queremos. Às vezes expressamos esse mal-estar quando dizemos que “aquela pessoa, para mim, já morreu!”

Desta forma, o nosso coração assemelha-se a um cemitério onde todos os dias/semanas, são sepultados novos irmãos. A nossa postura perante o outro, o nosso comportamento, denuncia, tantas vezes inconscientemente, a morte que caminha connosco, os Lázaros “malcheirosos” que nos tornam homens e mulheres amargos/as, ressentidos/as e intolerantes.

No Evangelho de hoje, Jesus diz: «Lázaro, vem para fora». Aquilo que parece impossível torna-se realidade: Lázaro vive de novo. Nestes dias de preparação para a grande festa dos cristãos, a Páscoa, oxalá seja também um tempo de libertação/ressurreição dos Lázaros que permanecem enterrados dentro de nós.

David

2 comentários:

Anónimo disse...

Remove a pedra do teu coração...

Caro David, Lázaro não são apenas aqueles que,"no nosso coração são sepultados diariamente", mas também "o eu" que procura esse cemitério para se esconder e se sepultar, abandonando a vida de rosas agradáveis (por vezes com espinhos) e refugiando-se nos odores da escuridão que nos impedem de caminhar e ver a luz luminosa que, com a ressurreição de Cristo, se aproxima...
FPV

Anónimo disse...

Caro FPV, gostei da tua leitura a propósito do Lázaro. Estou plenamente de acordo contigo quando personalizas a interpretação. Agradeço-te o contibuto e espero que continues a dar as tuas opiniões.
um abraço
David