A frase de Jesus «entregai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus» (Mt 22,21) é, provavelmente, uma das mais conhecidas e citadas dos Evangelhos. Há bem pouco tempo, a propósito de um comentário a esta frase, uma boa senhora protestava contra o padre dizendo que «não lhe ficava bem falar desse assunto na Igreja». Para esta senhora, o padre deveria falar apenas de temas espirituais, de assuntos do outro mundo e nos modos de lá chegar e não nos incómodos problemas da realidade, nem nas jogadas que os homens fazem para não cumprirem as suas obrigações em relação ao Estado.
É verdade que esse assunto – isto é, o dever de dar a César, de pagar impostos - nunca despertou grande entusiasmo, nem mesmo entre nós, os crentes. Mas a afirmação de Jesus é clara: eu devo restituir aos Césares deste mundo aquilo lhes pertence. Actuar de outra forma é desonesto e imoral.
Mas mais ainda, devo entregar a Deus o que é d’Ele: como ser criado à Sua imagem e semelhança, o homem pertence a Deus. Entre outros aspectos, esta afirmação recorda-nos que quando nos servimos dos outros como objectos para alcançar os nossos fins, estamos a desrespeitar a obra de Deus. Dominar o homem que por natureza pertence a Deus, escravizar o irmão para proveito pessoal é, deste modo, uma conduta contrária à mensagem divina.
David
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1 comentário:
Se levássemos a sério esta questão que diferente seria este nosso mundo!!!
Continua a ser profeta... o nosso mundo necessita muito deles!!!
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