Uns dias antes das eleições legislativas, encontrei algumas pessoas muito ligadas à Igreja que temiam a vitória dos partidos de esquerda, sobretudo se o principal partido, o PS, se aliasse à esquerda radical. Homens e mulheres, inclusive consagrado/as, temiam as reformas laicizantes, as perseguições de um governo liderado por gente sem fé.
A vitoria do PS veio dar mais força à essa onda de temor. Contudo, parece-me que essa não é, nem deve ser, a nossa atitude. Em primeiro lugar porque o medo é paralizante, faz-nos viver na defensiva, como infelizes que esperam a má sorte dos outros. Essa é uma atitude pouco evangélica. Por outro lado, que há a temer? Que nos tirem as casas?, que se apoderem das nossas instituições?, que nos insultem na praça pública? Mas nada disso seria uma novidade, só que esquecemos que seguir Jesus significa desprender-se de tudo, inclusive daquilo que julgamos vital, e predispor-se para subir ao calvário onde seremos, como Jesus, crucificados.
Mais do que temer, é de pedir a Deus que esse tempo chegue de novo e de preferência o mais depressa possível, antes que este estado «morno» de gente satisfeita e contente tudo queime até as raízes mais profundas do cristianismo na nossa sociedade. Que venham essas revoluções que e nos obriguem a tomar as decisões que por conveniência não fomos capazes de tomar. Que apareçam esses “revolucionários” que nos reduzam a menos da metade e deixem apenas «um pequeno resto» de seguidores sem medo. Seria, provavelmente, um novo começo... a Igreja seria mais humilde, menos institucional, mas mais carismática. E isso seria bom...
David
2005-02-22
2005-02-09
Hino de inicio da Quaresma
Benigno Criador, ouvi clemente
As nossas orações e o nosso pranto;
Neste sagrado tempo da Quaresma,
Compadecido olhai-nos, ó Deus Santo.
Justíssimo juiz das nossas almas,
Vós conheceis a enfermidade humana:
Voltando para vós arrependidos,
Pedimos a vossa graça soberana.
Confessamos que somos pecadores,
Mas, em vez de castigo, perdoai-nos.
Por vosso nome santo e vossa glória,
Da nossa vil miséria libertai-nos.
Aceitai o jejum e a penitência
Que em nossa própria carne suportamos;
Por eles, as nossas almas se libertem
Dos erros e misérias que choramos.
Estas nossas humildes oferendas
Aceitai, ó Santíssima Trindade,
E levai-nos, no amor purificados,
Ao esplendor da vossa eternidade.
As nossas orações e o nosso pranto;
Neste sagrado tempo da Quaresma,
Compadecido olhai-nos, ó Deus Santo.
Justíssimo juiz das nossas almas,
Vós conheceis a enfermidade humana:
Voltando para vós arrependidos,
Pedimos a vossa graça soberana.
Confessamos que somos pecadores,
Mas, em vez de castigo, perdoai-nos.
Por vosso nome santo e vossa glória,
Da nossa vil miséria libertai-nos.
Aceitai o jejum e a penitência
Que em nossa própria carne suportamos;
Por eles, as nossas almas se libertem
Dos erros e misérias que choramos.
Estas nossas humildes oferendas
Aceitai, ó Santíssima Trindade,
E levai-nos, no amor purificados,
Ao esplendor da vossa eternidade.
(Rufino Grández)
2005-02-02
A Odisseia das frequências
São dias de retiro... vive-se fechados em casa, lendo textos que já foram lidos, memorizando ideias chaves, roendo unhas e tentando prever o que há-de sair nas frequências. No silêncio de cada quarto, para cada um de nós, há uma batalha que se trava e um novo mundo que se abre. Para manter a esperança, cada dia renovamos o compromisso de lutar até ao fim e juramos que tudo faremos para descobrir aquilo que nunca ninguém descobriu.
Os dias são contados. Alguns passeios foram adiados, as conversas abreviadas e as partidas de ténis de mesa limitadas porque é preciso estar no quarto. O tempo demora a passar. Na secretária, as matérias sucedem-se como os santos numa procissão. E lá virá o dia da sentença: «mais um 16? O prof. foi generoso!».
É a odisseia das frequências. Um tempo agridoce que lenta e discretamente nos transforma em Homens mais maduros. E, confesso, acho que é um tempo com piada, pois a vida de estudante sem frequências seria de um tédio insuportável, uma aventura previsível e um desafio sem obstáculos.
Os dias são contados. Alguns passeios foram adiados, as conversas abreviadas e as partidas de ténis de mesa limitadas porque é preciso estar no quarto. O tempo demora a passar. Na secretária, as matérias sucedem-se como os santos numa procissão. E lá virá o dia da sentença: «mais um 16? O prof. foi generoso!».
É a odisseia das frequências. Um tempo agridoce que lenta e discretamente nos transforma em Homens mais maduros. E, confesso, acho que é um tempo com piada, pois a vida de estudante sem frequências seria de um tédio insuportável, uma aventura previsível e um desafio sem obstáculos.
David
Contemplação...
Vinha de noite
E trazia a noite
A crepitar notícias de espanto
Nesta alegria de Te reconhecer
No transbordar da vida
No umbral da contemplação
Na centelha luminosa
Que em mim ecoou:
“Tens de nascer de novo
Num tempo que não volta atrás”
João Luis Silva
E trazia a noite
A crepitar notícias de espanto
Nesta alegria de Te reconhecer
No transbordar da vida
No umbral da contemplação
Na centelha luminosa
Que em mim ecoou:
“Tens de nascer de novo
Num tempo que não volta atrás”
João Luis Silva
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