2004-05-07

Segunda visão


Eis que estando o meu quarto às escura, no silêncio da noite, comecei a ouvir o cantar de um coro que parecia-me ser do outro mundo. Levantei-me e, como o profeta, disse para as paredes que, naquele momento, pareciam falar: «eis-me aqui».

De repente, como se as minhas palavras tivessem sido mágicas, fui transportado para um lugar de uma beleza indescritível. Nesse lugar, avançava um cortejo de virgens vestidas de branco, com estandartes e bandeiras, e todas cantavam: «Povos batei palmas...».

Depois do cortejo das virgens, aparecia uma figura esquelética, de nariz pontiagudo que, com o turíbulo, perfumava o ambiente em redor. Esta figura era seguida de dois seres, um mais forte que lançava pétalas de rosas pelo chão e o outro, que seria ucraniano, transportava um livro que estava aberto. Nele se podia ler: «Aí vem o esposo».

Havia ainda um quarto, vestido da cor do sangue, querendo indicar a sua total disponibilidade para morrer por alguma causa.

Finalmente, de novo, fui-me revelado o rosto do homem forte e Augusto que vestia uma grande capa, a qual era levantada nas pontas por um acólito com ar de santo. O homem Augusto ocupava a sua mão esquerda com conjunto de chaves e, com a direita, distribuía bênções. Perguntei ao anjo qual seria o significado daquelas chaves. Ele me respondeu: «são as chaves de todos os problemas. Todo aquele que quiser terá, por ele, a porta da nova história aberta».
O cortejo foi-se distanciando ao som de aclamações. Ouvia-se as virgens vitoriarem aquele que avançava: «Aí vem o esposo!». E o coro dos acólitos, em resposta, dizia: «Ele será Augusto!».

Daniel

Sem comentários: